quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cinema: o que vem por aí... (002)


Giovanna Antonelli filmando nos Estados Unidos
 
A brasileiríssima Giovanna Antonelli esteve nos EUA filmando seu primeiro longa metragem internacional, "The Heartbreaker". Recentemente, surgiu a notícia de que o longa foi finalizado com a atriz interpretando uma terapeuta de casais Brasileira que mora em Boston. No longa, ela contracena com Todd Rotondi, a ex Miss-EUA Sussie Castillo e Bjorn Jhonson.Confira o Trailer 

 Star Wars vai pintar nas telonas em 3D
 

George Lucas também quer entrar na onda 3D e claro, com o sucesso “Guerra nas Estrelas”. As fitas irão surgir na telona a começar por “Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma”. Cada um deverá levar um ano para ser convertido em 3D. Os fãs vão sofrer um pouco com a espera.



Flash deve ganhar filme existencial
 
É o roteirista Greg Berlanti quem está dizendo:
“Nosso maior desafio será conseguir unir os componentes policiais e os de ficção científica, fazendo algo que fique visceral e bacana. Deve até acabar ficando parecido em tom com Matrix ou filmes do tipo”. Quer dizer que o reino dos super heróis vão ganhar um exemplar mais existencial? Finalmente uma boa notícia para o gênero. Esse é um trecho de uma entrevista para a SuperHeroHype.


Do seriado para a telona...


Maggie Grace, a Shanon do seriado Lost, vai ingressar na saga “Crepúsculo” e viver uma vampira, Irina, que não gosta muito de chupar sangue humano. A loira estará nas duas partes de amanhecer que irão estrear em 18 de novembro de 2011 e a segunda, um ano após, em 16 de novembro de 2012 se o mundo não acabar.

E tem mais um...


Josh Holloway, o popular Sawyer de Lost, irá contracenar com Tom Cruise em “Missão Impossível 4”. O cara deve fazer parte da equipe de Ethan Hunt e participar das incríveis empreitadas do rapaz. Seu lançamento vai demorar, só Dezembro de 2011!



 
ET’s em Alta


A ficção “Skyline” ganha um novo e interessantíssimo trailer. Os alienígenas estão em alta desde “Avatar” e “Distrito 9”. A terra estará em perigo depois que luzes surgem em Los Angeles e extraterrestres começam a dar as caras. Assista o Trailer

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Proseando sobre... Os Mercenários



Stallone retorna reforçado. E bem reforçado. Não no sentido de um filme contando com uma história genial que poderia representar um retorno triunfal de astros absolutos de filmes de ação dos anos 80 e 90, mas de um filme de ação crua, movimentada, poderosa e pouco cerebral.
Também pudera, ser inteligente não é o objetivo de um filme que funciona como uma homenagem a um gênero tão gasto, juntando resquícios de heróis musculosos e grosseiros, hoje, envelhecidos tal como seus fãs, e que buscam algum espaço em Hollywood. Stallone reúne vários atores – alguns esquecidos – e forma o explosivo “Os Mercenários”. Não tem o resultado que alguns esperariam de uma reunião dessas, mas serve muito bem como um exemplo referencial imponente aqueles longas metragens esteróides e subversivamente absurdos.
Gisele Itié em cena ao lado de Stallone
Dirigido pelo próprio Sylvester Stallone e escrito em parceria com Dave Callaham (Os Cavaleiros do Apocalipse), a história traz um grupo de mercenários contratados para derrubar um ditador de um pequeno país sul-americano. Aí, o grupo formado por caras como Jason Statham, Jet Li, Terry Crews, Dolph Lundgren e Mickey Rourke bolam planos para faturar milhões arriscando suas vidas. Num cenário de mentiras e conflitos políticos, relação pouco explorada pelo roteiro, vários corpos irão sucumbir e uma verdadeira guerra irá emergir causando um furor no espectador empático a história que não se esquece de exaltar o papel do macho defendendo a mocinha; e constantes frases de efeito vinculadas diretamente a esse gênero que carece destas. Caricatural por si só, as situações por mais comuns divertem.
 
Mickey Rourke é o dono do maior talento do longa
 As cenas lideradas por Statham empolgam e as em que Rourke aparece são de longe as melhores. Com tomadas polêmicas no Brasil, a musa da história é a atriz Gisele Itié, mexicana de nascimento. Quem também aparece numa ponta importante são outros dois astros oitentistas, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger. Bom para homens e só para eles, “Os Mercenários” revigora um estilo único, predisposto unicamente à diversão. Não há mais o que se esperar além de tiros, socos e bombas sem economias. Vem mais destruição por aí...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Proseando sobre... Um Segredo Entre Nós



Nas locadoras, o falso poético "Um Segredo Entre Nós", de Dennis Lee, chega para fisgar expectadores fãs de películas com grande teor dramático. Passado quase despercebido pelos cinemas nacionais mesmo trazendo um bom elenco, o filme explora um artifício cansativo de ir e voltar no tempo concentrando principalmente na vida do promissor escritor Michael Waechter e de sua família conturbada centrada na autoridade do pai, Charles Waechter, e na aparente mãe ideal Lisa, que mesmo tendo importância vital na trama, revela-se vazia no desenrolar da história.

Dafoe e Roberts em cena
No elenco estão grandes nomes como Willem Dafoe, Julia Roberts, Ryan Reynolds e Carrie-Anne Moss. "Fireflies in the Garden", nome original do filme extraído de um poema de Robert Frost, - importante poeta americano - diz mais do que a pífia tradução brasileira. Trata-se do título do livro que Michael irá publicar baseado na sua infância. Questões morais familiares são colocadas à prova quando esse questiona se vale a pena expor a vida de sua família em público por descobrir mais tarde, ao voltar para a casa dos pais, segredos mais do que comprometedores.

Uma tragédia anunciada é a desencadeadora desse esclarecimento sofrido entre os parentes. Dirigindo e escrito pretensiosamente por Dennis Lee, o longa não procura aperfeiçoar seus momentos mais dramáticos deixando padecer o sentimentalismo dos seus personagens ao vazio. A inexperiência na direção poderia ser uma justificativa para sua imaturidade em não aproveitar o talento de seu bom elenco, principalmente de Willem Dafoe, que funciona aqui como um vilão sempre áspero. Um desperdício. Uma pena.

tragédia anunciada
"Um Segredo Entre Nós" traz como estrela a supervalorizada Julia Roberts. Os fãs da mesma não devem esperar que essa seja o centro das atenções da história, pois sua curta participação não faz jus a sua autoimagem comercial. Sobre esses relaxos técnicos, a trama que se pretende conceber no final das contas dá certo e acaba se valorizando salvando o filme de uma total perda de tempo. O duelo entre pai e filho em cena do início até o ato final sustenta os desvios do caráter dramático pretendido pela história, e isso é o que mais merece atenção. Destaque para o personagem do esforçado Ryan Reynolds e sua tentativa de debilitar a austeridade de um rigoroso e incompreendido pai.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Proseando sobre... Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo



Jake Gyllenhaal é o herói
Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo”, disponível em DVD, é mais um filme existente graças aos games. Sua adaptação mobilizou fãs do jogo que aguardavam um filme imponente tal quanto representa seu herói, o irreverente e corajoso Dastan. O resultado foi um fulgor visual, tecnicamente suntuoso graças à direção artística rebuscada e os efeitos especiais atulhados. São várias as cenas que dão impressão de estarmos diante um jogo, e essa é uma das claras intenções do diretor Mike Newell (do ótimo Donnie Brasco): levar o espectador a esse mundo moldado apresentando a Pérsia, seus exércitos e um personagem central acrobata propenso a causar desordens e roubar corações. A desculpa para a concepção do longa metragem de 116 minutos foi ressaltar a invasão de um exército numa cidade sagrada acusada de guardar armas. Sem encontrar nada lá, Dastan, responsável pelo feito, guarda uma adaga sem saber que esta detém o segredo da verdadeira riqueza desse reino, a possibilidade de voltar o tempo. Jake Gyllenhaal, pousando de galã, vive o protagonista com uma índole pouco convincente assumindo um papel que não cabe a ele. Outrora um morador das ruas, Dastan impressionou o rei Sharaman por sua petulância quando ainda era criança fazendo com que o monarca o adotasse. No presente, foi acusado pela morte do rei e obrigado a fugir de seuspróprios irmãos querendo vingança.
Gemma Arterton vive princesa


Ao seu lado, a bela princesa Tamina, não se entende com o Persa e aparece como uma outra adversária para o rapaz entregue as graças da morena. Vivida por Gemma Arterton, a atriz não só rouba o coração do príncipe da Pérsia como também neste ano mexeu com Perseu em “Fúria de Titãs”. Ainda no elenco, Ben Kingsley, pouco a vontade no papel de irmão e conselheiro do rei e Alfred Molina como um Sheik. Com muita ação – artifício responsável para que os espectadores continuem assistindo-o – o filme trava boas batalhas épicas e procura a todo tempo tirar algumas risadas com algumas sacadas nem sempre muitos inspiradas. A tentativa de fazer uma adaptação coerente a um game novamente decepciona com uma história fraca e de recreação questionável, mas serve para alavancar uma nova franquia e colocar grana no bolso de alguns produtores. Gyllenhaal deverá ter um contrato prolongado. 



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Proseando sobre... Nosso Lar



André Luiz é vivido por Renato Prieto
Chico Xavier em 1944, escreveu o primeiro volume de “A Vida no mundo Espiritual”. Dentre os textos psicografados, encontra-se a história de André Luiz, um médico que contou sobre sua trajetória após a morte. O filme “Nosso Lar”, sucesso recente no cinema nacional, é dirigido e escrito por Wagner de Assis, um cara que não tem grandes projetos no currículo – incluindo o abominável “A Cartomante” quando assumiu a direção – e alguns filmes da Xuxa enquanto roteirista. Em seu novo trabalho, tem ao seu lado os fiéis religiosos, o espiritismo e os milhares de devotos com predisposição para lotar os cinemas do Brasil. A história não foge do alvo religioso: o filme quer corresponder seus fiéis, apresentar e inspirar com sua doutrina. Consegue o feito, dentro da ótica da precisão, ao elaborar seus argumentos – detalhadamente explicados ao longo de toda a projeção – reforçados por uma direção de arte solene de Lia Renha. 


André Luiz, vivido pelo ator e diretor de teatro espírita Renato Prieto, busca a todo instante despertar alguma empatia para com seu personagem: um homem rude e egoísta que morreu por causa de um tipo de “suicídio inconsciente” onde somara as intolerâncias do dia a dia refletindo em seu corpo físico manifestando em doenças. Fora do mundo dos vivos, nos é apresentado dois extremos: primeiro, o Umbral, onde as pessoas se arrastam, sofrem, gemem e imploram por salvação; em outra, o “Nosso Lar”, um paraíso em que o personagem irá aprender lições de valores humanos que abandonara durante toda sua vida.

"Nosso Lar" é paradisíaco
O longa conta com algumas tomadas bastante interessantes, como quando mostra as vítimas do Holocausto chegando até “Nosso Lar” evocando o massacre da segunda guerra mundial; e a sala do Governador (Othon Bastos) onde há uma série de símbolos de outras religiões na parede representando a fé dos povos ao redor. Há também os conflitos daqueles que não aceitam a nova condição querendo a todo custo retornar a vida. Preceitos da crença como a reencarnação são expostos todo o tempo e elas darão sentido ao funcionamento da colônia paradisíaca. Cheio de cortes e abusando de flashbacks intercalando passado e presente, o longa pouco triunfa, soando demasiado amador em algumas cenas. A doutrina espírita e a importância de Chico Xavier mereciam um filme melhor. 


Cinema: o que vem por aí... (001)

Quem se lembra dos Smurfs?
Os simpáticos seres azuis estão com um longa-metragem pra sair do forno em breve. Dois cartazes já foram divulgados. Na animação, que vem em 3D, Gargamel pretende capturar os Smurfs como amuletos e quando esses fogem, entram numa gruta que os leva até o Central Park, em New York.



Pokémon vai sair mesmo
E vocês aí achando que era tudo mentira... o tal pokémon live action vai rolar mesmo. O trailer que já fora divulgado durante a semana agora ganhou a companhia de um pôster. Uma possível bomba está se formando? Assista clicando no link


Vampirada na moda

Desde que os vampiros se tornaram seres bonzinhos, muita coisa relacionada a eles apareceram de modo viral. A onda trouxe a série “True Blood”, sucesso absoluto, e vai melhorar: a coisa toda está tomando uma dimensão tão grande que muito em breve deverá ganhar um longa-metragem na telona dirigida por seu criador, Alan Ball.




Os Mercenários 2
Eeee vem os Mercenários 2 por aí e quem deve participar da pancadaria é o lutador Myke Tyson. Convenhamos, seria ótimo ver o cara dar umas porradas nos brucutus. Recentemente ele quebrou a cara do Zach Galifianakis em “Se beber, não case” numa ponta. Não será tanta surpresa assim vê-lo como protagonista.


“Bohemian Rhapsody” por Borat
Sacha Baron Cohen vai romper horizontes. A notícia divulgada sobre encarnar Freddie Mercury na telona fez barulho... e nem sei porque tanto. Cohen é mais conhecido por seus papéis como o repórter do Cazaquistão “Borat” e o repórter gay “Brüno”. Só que o cara não fez só isso. Ele trabalhou com Tim Burton em “Sweeney Todd” e logo vai pintar num filme do gênio Martin Scorsese, “Hugo Cabret”, que está pra ser lançado ano que vem. E também, o cara lembra muito o líder do “Queen”.



NICE

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Proseando sobre... Pagando Bem, Que Mal Tem?



Rogen e Elizabeth Banks: filme pornô para sanar as dívidas
Seth Rogen é um grande comediante. Sabe escolher bons projetos e pode se gabar pela seriedade a qual são concluídos. Esses, felizmente, costumam ser beneficiados por um humor refinado. Não seria exagero ouvir alguns especularem sobre a história sem antes ter a conferido, tudo porque a sinopse de "Pagando Bem, Que Mal Tem?" entrega que os protagonistas irão realizar um filme pornô. Isso já é o bastante para causar algum alvoroço no público. O problema que se têm é o tal pré-julgamento da obra confundida com besteiróis enlatados. A coisa aqui tem mais sentido que indecência e vale pelo ótimo desempenho de Rogen diferindo-se de um infame Adam Sandler ou um caricato Jim Carrey. É com diligência que essa nova fera do humor proporciona seus trabalhos, mesmo que estes sejam limitados exclusivamente a comédias. 

Justin Long (à dir.) é um dos atuais grandes nomes da comédia
Por mais estranho que seja, ou pareça, esse novo trabalho do diretor/roteirista Kevin Smith condiz mais a uma comédia romântica do que qualquer outro gênero semelhante tamanha a sua sutileza em apresentar, com bons diálogos nada açucarados, seus protagonistas. Seth Rogen e Elizabeth Banks dividem o cartaz, são respectivamente Zack e Miri, dois velhos amigos que se encontram numa crise financeira e, para sanar essas dívidas decidem filmar um pornozão. A ideia não é tão absurda assim, os dois são ligeiramente motivados pelo ator de filmes pornôs gays Brandon St. Randy, vivido por Justin Long, um cara que vem aparecendo muito em boas comédias nos últimos anos. 

A discussão do filme ultrapassa a ideia da sacanagem, filtrando crises com necessidades concentrando-se sua narração a um casal num período turbulento em suas vidas. A indústria pornô, cada vez maior, movimenta muito dinheiro e Kevin Smith aproveita-se dessa idéia para brincar em seu filme. Zack e Miri buscam atores para ingressarem nas filmagens caseiras. Nem é preciso dizer que irão aparecer os mais inusitados candidatos. Em suma, o que realmente importa é a evolução da história que se alimenta de vários personagens bem caracterizados onde, no final das contas, acabam ofuscados pela química do casal central. Detentor de cenas não tão inpiradas, mas nada comprometedoras. A originalidade prevalece nessa divertidíssima história de amor fortalecido pelo empolgado ritmo que se mantém durante toda a projeção. Não há qualquer mal, vale pagar pra ver!


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Proseando sobre... Lembranças



A australiana Emilie de Ravin faz par com Pattinson
O astro teen do momento, Robert Pattinson, aproveita a fama para divulgar seus filmes e levar milhares ao cinema. Bom para os produtores. Em “Lembranças”, filme do diretor Allen Coulter, ele vive um papel bem mais maduro e com forte teor dramático, mas infelizmente se mostra limitado. Não há muito o que discernir de seu personagem com o da “Saga Crepúsculo”. Os olhares, gestos e trejeitos são os mesmos. Um grande protagonista se apaga diante a falta de acuidade de um ator que ainda não desempenhou um grande papel no cinema. Mas isso não faz o filme ruim.

É verdade que a história apressada e a pouca exploração de seus principais casos frustram. Mas a direção hábil permite que o filme caminhe instigando reflexão, apesar do tema surrado: Tyler Hawkins (Pattinson) é um jovem que ainda lamenta a morte de seu irmão mais velho, não escondendo sua ira por seu pai Charles (Pierce Brosnan) o qual inegavelmente culpa. E pior, vê os mesmos erros de Charles estar afetando sua irmãzinha Caroline (Ruby Jerins), sua grande adoração. A ausência paterna, tema abundantemente usado no cinema, faz contraste com a vida de um jovem perdido que funciona como um pai para Caroline, entre conselhos e passeios, encontrando nela algumas boas razões para continuar e não tomar o mesmo rumo que o irmão: o suicídio.

A pequena Ruby Jerins rouba a cena
A história sempre busca expulsar a tristeza de seus personagens – lembranças traumáticas de suas vidas – através do apoio de um com o outro. A construção do roteiro se funda nos laços de segurança de duas famílias que se ligam por uma ação isolada inusitada, após umas confusões em que Tyler se meteu numa noite com o rigoroso Sargento Neil Craig (Chris Cooper). “Lembranças” é um drama romântico estável cuja força reside em seu ato final. Um choque para os mais emotivos, condensando a história a um dramalhão feroz utilizando de metáforas e passagens reflexivas de Gandhi. Com um grande elenco, destaque para a graça da jovem Ruby Jerins, o filme esconde seus vários problemas técnicos pelas atuações convincentes e seus acontecimentos abarrotados.  

Caroline tem umas particularidades que o roteiro sabota abandonando um possível grande trunfo do longa. Afim da arte e com interesses diferenciados, ela se afasta dos comportamentos comuns das amigas de sua idade acabando por ser desprezada. Outra deixa é a inviabilidade do relacionamento do casal central. A cena a qual Tyler conquista a filha do sargento, Ally, vivida pela australiana Emilie de Ravin, é particularmente embaraçosa. O que se segue então é uma outra instância dramática vinculada ao ato inicial numa tragédia horrenda. Os horrores pessoais irão caminhar coexistindo na percepção do casal central que aqui, a despeito de seu encontro fugaz e seu futuro previsível, irá se materializar como uma fuga de um passado sofrido para se tornar um futuro incerto, mas esperançoso. Lições de moral se destacam dentro de um patamar de opressão cujos oprimidos dão gás ao filme em sua melancolia.

sábado, 18 de setembro de 2010

Proseando sobre... Resident Evil 4: Recomeço

mas antes
3D em Poços inaugurado


O cinema em 3D finalmente chegou a Poços como um presente para a cidade. O centerplex trouxe a primeira sala, e através de uma recepção calorosa, - contando com a presença do diretor executivo Marcio Eli,- na manhã de ontem (dia 17) apresentou para a imprensa essa grande novidade. Após algumas entrevistas e um saboroso coffee break, por volta das 10:30 a sessão iniciou com trailers de outros futuros títulos que não demorarão para chegar às telonas utilizando do aparato da tridimensionalidade. Logo começou “Resident Evil 4: Recomeço” e várias cenas que abusam da tecnologia, de fato, saltaram aos nossos olhos. Os cinéfilos da região agradecem!

Poços de Caldas está muito bem servido!


O Filme


Jovovich em cena
“Resident Evil 4: Recomeço” dá continuidade a franquia iniciada em 2002 com “Resident Evil - O Hóspede Maldito", adaptação de um popular game homônimo, trazendo novamente Milla Jovovich no papel central como Alice. A direção a cargo de Paul W.S. Anderson – diretor do primeiro filme e roteirista dos quatro – evidencia sua paixão por tecnologia, utilizando pela primeira vez o 3D na série. O mundo se encontra caótico, devastado, com poucas vidas ainda resistentes. A empresa Umbrella Corporation continua ligada a experimentos científicos sendo responsável por alguns novos acontecimentos do longa, principalmente os relacionados as esperançosas coordenadas que Alice tanto seguia em busca de sobreviventes chegando a lugar nenhum. 

Astro de Prison Break dá as caras na telona
Antes disso, há dezenas de Alice, resgatando um pouco do passado. Personagens monstruosos surgem, os zumbis violentos sedentos estão inovados e a presença de um dos personagens do jogo anteriormente esquecido, Chris Redfield (vivido por Wentworth Miller do seriado “Prison Break”) dá força maior ao longa. Não se esconde o grande objetivo dessa continuação: explorar o 3D. E Paul W.S. Anderson, com equipamentos desenvolvidos por James Cameron, entrega um trabalho tecnicamente impecável, com sangue caindo e tiros em direção a platéia com uma clareza impressionante. A narrativa, neste caso, fica em segundo plano. O visual enche os olhos enquanto a sua lógica não é mais que um detalhe irrelevante diante a ação contínua propagada ascendentemente à medida que o filme avança, cada vez mais perdido, e cada vez mais vibrante. 

Alguns frames, especialmente os que envolvem água, são deslumbrantes. Há ainda uma brincadeira ao propor a caricatura de um produtor Hollywoodiano, algo que soa até pessoal. Jovovich é burocrática, e vigora um papel particular, já estigmatizado e não economiza balas. Ali Larter e Spencer Locke dão o ar da graça. “Resident Evil 4: Recomeço” deverá se tornar uma referência na arte 3D, mesmo que o filme não seja um dos exemplares mais coerentes de seu gênero, – seus fãs não deverão se importar muito com isso - sua aposta na tridimensionalidade é mais do que empolgante.  


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Proseando sobre... Karatê Kid (2010)



Jackie Chan e Jaden Smith revivem clássico
O cinema tem essa de surpreender. São tantas as refilmagens que fica difícil não torcer o nariz para as novidades, ainda mais tratando-se de verdadeiros clássicos reconhecidos. É o caso de “Karatê Kid”, que lá nos anos 80 trazia Pat Morita como o inesquecível Sr. Miyagi e Ralph Macchio interpretando Daniel Larusso, ou, como é popularmente conhecido, Daniel-san. Nessa versão de 2010, composta pelo brigão Jackie Chan como o Sr. Han, numa versão mais, digamos assim, existencial do mestre Miyagi; e Jaden Smith, o filho de Will Smith, vivendo Dre Parker, o pupilo que irá aprender Kung Fu. De malas prontas para a China, Dre e sua mãe Sherry Parker (Taraji P. Henson) se despedem de sua família e amigos para viver no leste asiático devido a uma transferência no trabalho.

A cultura diferente, a língua e a culinária surgem como obstáculos imediatos para a adaptação e a coisa toda piora quando Dre se desentende com alguns garotos de sua escola - lutadores de Kung Fu - perseguindo-o diariamente. Descontente e frustrado, o garoto diz sobre sua insatisfação para a mãe revelando seu natural desejo de retornar a América. A direção a cargo de Harald Zwart (“Que mulher é essa?”), sobretudo sobre seus atores, garante bastante empatia, como deveria ser, embora não chegue perto do que foi o filme de 1984, mas ao menos irá recrutar novos fãs marcando com certo ímpeto uma nova geração.

Dispensando grandes atrativos técnicos, o filme irá se concentrar na beleza do país, suas montanhas, vestimentas, artifícios, cores e na arte marcial como destaque. Um plano traz a cena de um treinamento sobre a muralha chinesa. A batalha entre o bom e o impiedoso Kung Fu é um detalhe que irá mover a história com Dre e seu carisma carente aprendendo com seu mestre valores perdidos de onde viera e levando também algumas tradições americanas bem como as roupas e a música. Os momentos em que as crianças estão encantadas com suas tranças e com os cabelos de sua mãe são graciosos.

A China como plano de fundo
Mais do que isso, o relacionamento constituído entre ele e a jovem violinista Meiying (Wenwen Han) é um marco satisfatório do roteiro que dá maior sensibilidade a esse filme notoriamente sensitivo, contando com a colaboração de trilhas empolgantes e da fotografia fascinante de Roger Pratt. Como não querer ir até a China depois de conferir cenários tão bucólicos? De passagem por um país importante no cenário mundial, representação clara da globalização, o longa recicla diálogos e incita uma homenagem a obra original de John G. Avildsen. Vinculando lição de solidariedade e compaixão num contexto novo em mistura a essência de artes marciais, algo pouco comum no ocidente, valores que transcendem séculos saltam aos nossos olhos. Não é a obra mais aguardada aos apreciadores da franquia “Karatê Kid”, no entanto, está longe de ser uma grande decepção para qualquer cinéfilo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Proseando sobre... Vidas que se Cruzam


O diretor Alejandro González Iñárritu precisa do roteirista Guillermo Arriaga e vice versa. Os dois se envolveram em discussões referentes à autoria de seus longas-metragens e finalizaram uma parceria poderosa resultante de filmes como “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel”. Arriaga agora, além de roteirizar, também dirige e arrisca realizar sua nova história, “Vidas que se Cruzam”, que detém a característica natural de seus outros roteiros: a cronologia envolvendo todos os personagens. Mas há uma carência nessa transposição de seu atual trabalho: a ingenuidade e falta de intimidade no desenvolvimento dos protagonistas que são bastante esquemáticos, sem muita profundidade, dificultando o entendimento a respeito do que eles realmente desejam fazer. 

Charlize Theron é a estrela do filme
O salto no tempo dessa vez atinge anos, resolução que se faz no segundo ato do filme que traz no elenco, como grande estrela, a bela Charlize Theron vivendo uma personagem ambígua, que ao mesmo tempo em que controla um fino restaurante, também se aventura na cama diariamente com homens diferentes e desconhecidos. Ela é o ponto de ligação de duas histórias que se cruzam, unindo também o México e os Estados Unidos. Em outra instância, a veterana de beleza preservada Kim Basinger tem encontros com Nick (Joaquim de Almeida) às escondidas num trailer num deserto deixando em casa seu marido e filhos. É nesse retiro que, vislumbrado por um close da explosão desse trailer com os amantes dentro logo na primeira cena, duas famílias acabam enlaçadas pela vergonha durante o luto pelas mortes, especialmente as crianças. 

Basinger carrega um drama particular
Bem fotografado e cheio de mistérios, Vidas que se Cruzam” apresenta uma intrigante história desenrolada com naturalidade, mas que falha ao não extrair suposições dos motivos comportamentais de seus vários personagens. Aí Iñárritu faz muita falta. Sylvia (Theron) é a personagem melhor trabalhada, com atitudes atemporais, resquícios de sua angústia, encontrando solução em sua dor como é também na dor que ela encontra memórias. Íntimo do ponto de vista estético, as louras almejam o desejo do homem por suas belezas. Enquanto Sylvia não dificulta o acesso ao sexo daqueles que investem nela, a personagem de Basinger rejeita seu corpo por ter sido obrigada a extrair o seio por conta de um câncer. Os horrores pessoais se confrontam e fundam um elo que se esclarece ao longo dessa bela narrativa que sente falta de uma direção habilidosa, capaz de elevar o filme a um estudo de personagem bem mais intenso.