domingo, 6 de fevereiro de 2011

Proseando sobre... O Caminho para Casa


 “O Caminho para Casa” é um drama romântico chinês poderoso que conta com uma história comovente e uma trilha sonora tocante, sem falar de sua fotografia engenhosa. Um suspiro aos aflitos, uma satisfação aos românticos. Nem é preciso apreciar a cultura asiática para se apaixonar pela simplicidade que esse trabalho do diretor Yimou Zhang nos transmite. Este, acostumado a relacionar seu nome a projetos mais aventurosos como o ótimo “Herói”, acerta a dose nessa história de amor, baseada no romance de Shi Bao, que foi responsável também pelo roteiro. Um filme leve e precioso, que trata um pouco da cultura chinesa, como também inspira um retardamento da massificação Hollywoodiana. Sem exageros, trata-se de um marco de seu gênero que completou em 2009 uma década de existência.

Uma estrada em meio às montanhas é o ponto catalisador de emoções da história. É nela que o primeiro contato entre um casal acontece e é apaixonante ver a leveza com a qual esse romance se desenvolve. Nas expressões encantadoras de Ziyi Zhang, o filme ganha carisma e lança aos cinemas uma promissora atriz. Ziyi vive Zhao Di, uma garota que se apaixona pelo professor Luo Yusheng, jovem que veio dar aulas em um pequeno vilarejo nas montanhas. O filme passa a acompanhar as idealizações de Zhao e suas tentativas de chamar a atenção de Luo, desde suas especialidades na culinária até suas longas tardes ansiosas de espera nos belos campos esverdeados, aguardando o aparecimento do professor que costumava acompanhar seus alunos até suas casas. Nesse meio de história, situações farão com que esse relacionamento custe a acontecer, nos fazendo sentir, juntamente a protagonista, com sua timidez e aflição, todo seu esforço que a leva a conseqüências quase fatais.

O filme parte de uma narração em off de Luo Changyu, o filho do casal. Aliás, a história tem início com ele em meio a uma seleção de cenas em preto e branco trazendo a morte de seu pai e um chamado de sua mãe, que gostaria que fosse feito um cortejo a pé para seu marido, honrando a tradição de que quando um corpo refaz seus passos, este nunca esquecerá o caminho de casa. Esse amor de Zhao irá contrariar todas as resistências e dificuldades marcando para sempre um sincero caso de amor. E estando em P&B, contradiz o esperado de evocar o passado e depois trabalhar um presente colorido. O presente aqui está sem as cores, como se este fosse um verdadeiro luto cinematográfico, que apresentaria a seguir uma bela história com suas nuances e jogo de cores que combinam as vestimentas da personagem central e sua paixão. Singelo e simples, é um filme para se ver para nunca mais se esquecer.


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