terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Proseando sobre... O Turista


Quando dois astros de Hollywood estampam o cartaz muitos correm atrás de ingressos para vê-los. Muitas vezes a história pouco importa, o que vale é a quantidade de espectador e de fãs que vão assistir. E quem ousaria dizer que o cineasta Florian Henckel von Donnersmarck (do ótimo “A vida dos Outros”) não teria um grande público? Angelina Jolie e Johnny Depp formam a dupla central desse longa de ação cheio de subgêneros. Dentre esses subgêneros, a comédia se destaca, principalmente quando ligadas às cenas envolvendo o personagem confuso de Depp, novamente mostrando o grande ator que é. Já Jolie apenas desfila, funciona como uma sereia tentando e atraindo os olhares, mas pouco faz em cena – ao menos enquanto atuação.

“O Turista” conta a história sobre uma viagem de Frank (Depp), um professor de matemática que está passando uma temporada em Veneza – você vai querer viajar pra lá – e sozinho, um disparate naquela cidade, se depara com uma mulher misteriosa e igualmente sedutora que passa a acompanhá-lo. Há uma razão para isso e tomamos conhecimentos logo no início quando Elise (Jolie) nos é devidamente apresentada. Daí em diante só rolo acontece na vida do turista Frank que é confundido com um famoso ladrão procurado em vários países e passa a ser perseguido tanto pela Scotland Yard quanto por um grupo de mafiosos. Mas algo nos incomoda durante essa projeção: o provável vilão simplesmente é ignorado e outro surge em cena vivido pelo cara de poucos amigos Steven Berkoff que tantas vezes viveu antagonistas no cinema.

O roteiro explora Veneza nas cenas de ação, seja nos telhados ou nos barcos, mostrando toda esta beleza italiana. Mas ali a paz não reina, ao menos não no filme e nas divertidíssimas cenas de perseguição que são mal desenvolvidas. Bem, não são somente elas que não acontecem com fluidez, o filme é meio quadrado e a história apressada, passa por cima de eventos importantes e parece que devemos esquecê-los ou preenche-los segundo nossa própria idéia. Sua funcionalidade narrativa se limita a despistar os perseguidores seja com a persuasão e inibição da personagem de Jolie ou nas atrapalhadas de Frank. Note que no início do filme nos é informado que a polícia sabe que o turista americano realmente não é o homem que procuram,  e ainda assim vão atrás dele. Isso dá um outro crédito a narrativa que infelizmente termina sem ser aproveitado.     


Frágil diante a expectativa que se firmou a respeito de seu argumento, ainda mais frustrante por vê-lo indicado no Globo de Ouro – o que é inconcebível – esse novo projeto de von Donnersmarck comparado a seu trabalho anterior é apenas divertido e perfeitamente esquecível, dada a filmografia de seus protagonistas e do elenco de apoio. Paul Bettany também está em cena e talvez seja o dono do melhor desempenho da trama, esta que promete ficar na cabeça de quem não é acostumado a acompanhar alguns tipos de filmes e facilmente se impressione finais "surpresinha". Os espectadores de “O Turista” também devem terminar com indagações do tipo “e se...” e isso motiva apenas a nossa dúvida de que o filme parece ter outras intenções do que entreter. Vale como diversão passageira e para ver os astros Hollywoodianos contracenando.


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