É mais um filme de super-herói. A abordagem, no entanto, é diferente. Stan Lee, o criador de tantos outros heróis, vê Thor, seu personagem baseado na mitologia Nórdica, ser adaptado para as telonas. O responsável pelo feito, o diretor Kenneth Branagh, teve mais do que a dificuldade de transpor para o cinema a adaptação de um herói das HQ’s, teve que prezar o contexto de uma cultura sem banaliza-la – os nórdicos, portanto, senão ganharam uma filmagem a altura de sua importância, ao menos não foram transformados em seres secundários de uma narrativa obrigada a relacionar-se com a Terra. Tal transtorno seria causado pela história acontecer em tempos atuais e não com os vikings. Para o bem de “Thor”, esses universos tiveram distinção adequada e retratação convincente, especialmente à idealizada Asgard.
Odin (vivido com dignidade por Anthony Hopkins), rei de Asgard, preparou seus dois filhos, Thor (Chris Hemsworth) e Loki (Tom Hiddleston), para sucederem seu trono. Thor, dono de uma personalidade perversa e orgulhosa, inicia uma guerra anteriormente em trégua contra os Gigantes de Gelo. Suas ações impulsivas condenou sua continuidade em seu reino e foi expulso sem honra e sem seu Mjolnir, o martelo que detém seus poderes. O Deus do Trovão despenca em solo terrestre e lá passa por algumas provações, várias piadas, longas aventuras e vive um romance com a mortal Jane Foster (a recentemente oscarizada Natalie Portman).
Com quase duas horas, o espectador é convidado a viajar para 3 diferentes dimensões: o reino de Asgard, o Olimpo dos Deuses Nórdicos, que detém um design de produção e direção artística esplêndida; Jotunheim, o mundo escuro dos Gigantes de Gelo reinado por Laufey (Colm Feore); e a Terra, especialmente o Novo México. E quem lembra da cena pós créditos de “Homem de Ferro 2” irá identificar rapidamente em “Thor”. Os embates propostos são virtuosos, o longa é movimentado, bem humorado e sem maiores pretensões como a maioria dos filmes do gênero, o que é uma pena. Reduzir um projeto potencialmente capaz de ser grandioso para se dedicar unicamente a diversão passageira e ação descerebrada é uma recorrência triste nesses projetos.
Essa fórmula dedicada a filmes de super-heróis só não é batida pelas inovações das histórias que se adaptam, e por contar com presenças ilustres que normalmente melhoram a carência das narrativas. Hopkins elucida em seu papel, Hiddleston rouba a cena e o australiano Hemsworth mostra mais músculos que talento, no entanto possui carisma suficiente para se engrandecer enquanto Thor. Stellan Skarsgård como o Dr, Erik Selvig pouco acrescenta enquanto Kat Dennings com sua Darcy Lewis, amiga de Jane, está completamente entregue a graça e ironia. Se o elenco enobrece, o roteiro falha, revelando-se, por vezes, medíocre. Ele conta com um arco dramático pouco convincente sobre a relação amorosa – muitíssimo mal desenvolvida, aliás – sucedente na trama utilizando da beleza e delicadeza de Natalie Portman para fazer cara de paisagem ao observar Thor, proferindo um esdrúxulo “Oh my God”. Sim, agora ele é o Deus particular da moça. Bom também é ver Rene Russo – a mãe do herói, Frigga – voltar a participar de uma grande produção.
A história de um personagem milenar, isso dentro da mitologia, vem para encantar fãs da HQ. Não dos Nórdicos, o que é compreensível, pensando no público alvo o qual o filme pretende acertar. Mas não deixa de servir como referência. Quem não o conhecia, agora poderá dizer que ouviu falar ou que já viu o filme. É raso, mas não é um completo vazio.
Thor é poderosíssimo empunhando Mjolnir, fica difícil imaginar alguém para fazer frente a ele. O Deus do Trovão estará em “Os Vingadores” como sugere a cena pós créditos – não se esqueçam de ficar na sala do cinema até todos aqueles nomes desaparecerem. Thor é submetido a uma lição, sua privação lhe garante a sabedoria anteriormente ignorada com sua arrogância posta em cena cegando a honra de um Deus esclarecido e sensato, seu pai, Odin.
Thor é poderosíssimo empunhando Mjolnir, fica difícil imaginar alguém para fazer frente a ele. O Deus do Trovão estará em “Os Vingadores” como sugere a cena pós créditos – não se esqueçam de ficar na sala do cinema até todos aqueles nomes desaparecerem. Thor é submetido a uma lição, sua privação lhe garante a sabedoria anteriormente ignorada com sua arrogância posta em cena cegando a honra de um Deus esclarecido e sensato, seu pai, Odin.
Desvencilhar dessa mania de ser apenas mais um filme de herói e agradar todo mundo é uma tarefa que poucos se arriscam, mas quando fazem, torna seus filmes imortais pela ousadia em explorar narrações sem limitações. Não é o caso de “Thor”, infelizmente. Ainda assim é divertido e por vezes empolgante o bastante para estar acima da média de seu gênero.