quarta-feira, 29 de junho de 2011

Comentando sobre... Amor por Contrato

O título nacional de fato não é um pleno absurdo diante a proposta de seu longa, mas o apelo comercial sugere uma comédia romântica. Escrito e dirigido pelo desconhecido Derrick Borte, esta obra de potencial cômico e de subgênero dramático traz a tona os extremos midiáticos, a perversidade da publicidade e do marketing através de uma família fictícia que se instala em determinados locais durante um período afim de apresentar, secretamente, um ideal de vida cheio de produtos e marcas. A maneira que a história é proposta pelo roteiro de Borte dá um tom humorista ao que se desenrola, justificando o consumismo exacerbado cujas conseqüências talvez possam ser divididas em várias vezes no cartão. Para instituir essas noções ditas perfeitas, a família é formada pelo casal encarnado por David Duchovny e Demi Moore e pelos filhos vividos por Amber Heard e Ben Hollingsworth. Frustra ao percebermos que um argumento interessantíssimo e critico desse porte seja retalhado em pró de outros objetivos, o que não surpreende ao se tratar de Hollywood. E isso poderá ser sentido em um ato específico. No entanto, tem seu brilho ao relevar relações humanas, sobretudo dessa família, os Joneses, que funcionam como objetos vivendo uma mentira desvairada e desumana. As conseqüências não se restringem aos que estão a sua volta sedentos pelos bens perfeitos que estes quatro propagam, mas os próprios também se percebem corrompidos por esse veículo publicitário, o que dá humanidade a esses funcionais manequins. A crítica a essa modernidade consumista é certeira, porém contida, ainda assim tocante. A originalidade de seu tema triunfa. Poderia ter ido bem mais longe, é verdade. Mas é Hollywood, e como ela poderia apoiar solidamente uma auto-crítica?

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