terça-feira, 19 de julho de 2011

Proseando sobre... Onde está a Felicidade?


Começa o filme, cores quentes predominam, diálogos ácidos começam e uma pitada de humor se acentua. Isso parece ser bastante comum, mas não aqui no Brasil. Segue o filme, as cores continuam, há amor e culinária envolvida. Faltou o suco de tomate. É claro, é Almodóvar. Não, é Ricelli, Carlos Alberto Ricelli em seu mais novo trabalho, a comédia romântica “Onde está a Felicidade?”. O novo filme do diretor toma um rumo ousado, Santiago de Compostela, lá na Espanha. Rodado por lá, o longa além do bom humor traz um contexto impressionante. Mal percebemos, queremos ir pra lá. E seria ali que a felicidade reside? Os personagens apostam que sim.

Bruna Lombardi, esposa do diretor, é a estrela do longa. Além de atuar, roteiriza e produz. O toque feminino, naturalmente, está bem presente. As sacadas são em sua maioria feministas. Numa histeria, a protagonista corre em busca de uma almejada felicidade que não andava encontrando em seu relacionamento com Pedro (Bruno Garcia), a quem desconfia ter uma amante, e tampouco em seu programa de culinária, cujos temperos amargaram quando esta se desmanchou em lágrimas ao vivo. Naturalmente há um auxílio ilícito para sua conduta. Uma das coisas que marcadamente acentuaram a imensa panela de clichês do filme.  

A impressão que fica é que o trabalho foi realizado exclusivamente para entreter e divertir, nos fazer rir, nos fazer feliz. Mas não é no filme que a tal felicidade arduamente buscada espera. As piadas são previsíveis, mesmo assim consegue nos fazer rir. No entanto nos esqueceremos delas mais tarde. É passageiro, não fica, se vai. Mas vai sobre uma aventura com Teodora (Lombardi) junto a dois produtores, um deles vivido por Marcelo Airoldi, inspiradíssimo, detendo as melhores piadas da projeção. Bruno Garcia também não fica de fora, faz rir quando imagina o que sua mulher está fazendo, porém essa preocupação parece ficar de lado quando assiste futebol – ao menos a felicidade desse personagem é encontrada, seu time. Fica no ar a cena de jogos entre Corinthians e Palmeiras, e corinthiano, não se controla ao ver seu time ser derrotado, ignorando completamente a mulher.

De riso fácil e humor brando, é um filme de diversão batida, mas funcional. Comparado ao trabalho anterior da dupla, “O Signo da Cidade”, este deverá ter mais atenção nas bilheterias, não pelo que apresenta, mas pelo que promove: pura recreação.  Ótimo para quem quer apenas sorrir. Muito pouco para quem aprecia mais do que um saco de risadas, algumas confusões e uns romances inusitados. 


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