terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Proseando sobre... Viagem 2 - A Ilha Misteriosa



Inspirado por clássicos literários de autores como Robert Louis Stevenson e Jonathan Swift, esse “Viagem 2 – A Ilha Misteriosa” parece não ser uma seqüência daquele “Viagem ao Centro da Terra” lançado em 2008. A começar, apenas o jovem Josh Hutcherson se manteve do elenco original. A história é totalmente nova, mas não menos inventiva. Essa segunda viagem ganhou um novo astro, Dwayne Johnson, substituindo Brendan Fraser. Os tempos são outros, e Josh vivendo o jovem Sean Anderson, possui aversões ao seu padrasto, Hank (Johnson), o que sugere um passado pouco amistoso entre ambos. Bastam alguns minutos e o filme afoito logo dá a receita para a união entre a dupla: uma viagem fantástica num lugar em que alguns acreditavam existir somente na ficção, em “A Ilha Misteriosa” de Júlio Verne.

Os músculos de Dwayne Johnson, o The Rock, pouco importam e dão espaço a um personagem bastante inteligente e surpreendente, um ex-militar da marinha especialista em códigos. É com esse talento que o cara ganha a atenção de Sean e resolve um enigma enviado pelo avô aventureiro do menino, vivido pelo ótimo Michael Caine de uma maneira entusiasmada. Mais alguns poucos minutos e os dois já estão em Palau, pagando em dólar para quem tope leva-los de barco até as coordenadas que dão em algum lugar oculto no pacífico. Resistências demonstram o perigo de se chegar até lá, até que Gabato (Luis Guzmán) aparece como voluntário de olho nas possibilidades financeiras. Junta-se ao trio sua filha, Kailani (Vanessa Hudgens), atordoando os hormônios de Sean.

Um cenário mágico logo surge e acessamos a imaginação dos autores de uma maneira hiper criativa, porém apressada. O diretor Brad Peyton demonstra interesse em explorar esses universos, mas tem pouco tempo e limitada habilidade. Seu senso espacial é absurdo, constrange pela incoerência, são vários os exemplos os quais aquela imensa ilha se reduz a poucos metros: o vôo com as abelhas terminando num mesmo lugar; ou a expedição de Gabato até o Vulcão. O pouco tempo não é o bastante para ignorar essas lacunas que impossibilitam o filme de ser minimamente crível, embora nosso compromisso imaginativo com a ficção estipulada seja testado em demasia nesta obra. Pequenos insetos, répteis e aracnídeos convertem-se em pavorosos monstros, enquanto outros grandes animais, como Tubarões e Elefantes viram seres minúsculos e nada ameaçadores.

A narrativa é bastante ágil e divertida, acompanhada de boas piadas e lapsos de bons momentos, no entanto é supérflua, pouco original e demasiadamente corrida. O grande ato, talvez, seja o reconhecimento de Atlântida, prestes a ser engolida pelo oceano. Cheio de explicações, entendemos informações em minúcias, como a leitura rápida de Hank durante a ilha que o torna um perito verneano, o caso amoroso desenvolvido entre o jovem e a musa teen – que aqui utiliza de atributos significativos para se tornar uma espécie de ícone adolescente. Se conseguir influenciar essa geração a procurar ler os autores citados, bem como estimular a imaginação a partir do universo fantástico sugerido, então o filme terá alcançado um grande objetivo que não só busca a exposição e os efeitos especiais, esses que aqui não estão tão atraentes.   


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