sexta-feira, 23 de março de 2012

Proseando sobre... Guerra é Guerra

 
Suficientemente divertido com relação a sua proposta, dinâmico em seu desenvolvimento e bem sacado em sua maneira de levar ao público o amistoso plott, "Guerra é Guerra" é uma comédia funcional, com atores carismáticos e piadas inspiradas. Contudo não são só elogios, a fraqueza de sua história somada ao acumulo de clichês pra lá de irritantes fazem o filme carecer de originalidade e inteligência. É humor pipoca, com um roteiro precário e previsível, mas de energia contagiante. Vale a espiada.

Dirigido por McG, o cara por trás do fiasco "As Panteras", o longa estabelece prioridades: provocar ação na mesma medida de recreação. Obtém em alguns atos, inicia mal e vai melhorando, porém a qualidade narrativa, ao contrário, vai decaindo, restando apenas piadas pelas condições afetivas de seus protagonistas – o que é bem interessante na trama. Há uma perigosa missão sendo executada durante esse romance repentino. É difícil engolir a história, talvez nem devêssemos. Alguns a encara com naturalidade inquestionável. Mas a verdade é que diante tanta obra análoga torna a tarefa de simplesmente ignorar muito difícil.

Dois agentes e grandes amigos, Tuck (Tom Hardy, o Bane do próximo “Batman”) e FDR (Chris Pine) fracassam numa missão. Na geladeira, encontram tempo para conhecer uma garota, Lauren (Reese Witherspoon), o que os coloca em oposição. Um faz o tipo meigo e carinhoso, enquanto o outro se revela um galã inveterado. Já vimos isso tantas vezes. Aí entra o espectador, na expectativa e na torcida por algum deles. Todavia sabemos desde início qual será a escolha da loira. Nesse meio, entra algo mais sério na narração, pelo menos uma tentativa de sensatez: vale a pena arriscar uma amizade de anos por uma aventura amorosa? É o que McG quer questionar.

Há cenas de ação de satisfatório potencial que faria inveja em algumas produções medíocres na telona. O que não quer dizer muito, pois essas são limitadas, no mínimo o bastante para atrair a atenção do público masculino. McG consegue driblar os problemas do roteiro com bons manejos cinematográficos, conciliando o dinamismo com o bom humor e carisma de seu trio central. Há ainda uma amiga de Lauren com graça estigmatizada. São ingredientes comuns e usuais, a receita para um filme dar certo comercialmente. Reese é pura simpatia, o troféu dos galãs cheios de hematomas. Ao final, o mesmo de sempre: machucados, abraços e declarações. Pelo menos o diretor está mais contido, compenetrado ao entretenimento sadio sem azedá-lo.


Um comentário:

  1. É um filme decente dentro de seus propósitos: divertir sem compromisso. Mas isso não quer dizer que seja necessariamente bom.

    http://cinelupinha.blogspot.com.br/

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