domingo, 27 de janeiro de 2013

Diário Cinéfilo: A Feiticeira da Guerra (Rebelle, 2012)



Filme difícil, indigesto, pois sabemos se tratar de algo real, absurdamente verídico, ainda emergente. Mas há muito mais do que esse realismo, há um fator sobrenatural de origens transcendentais modelando a obra. Há algo mágico nos fatos vistos. Alucinações causadas por uma planta. Essa produção canadense indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013 traz a história da menina Komona que teve a vila devastada por rebeldes e fora obrigada a matar os próprios pais, já que pouparia o sofrimento desses que seriam assassinados dolorosamente posteriormente. Levada pelos rebeldes junto a outras crianças e adolescentes, a menina de 12 anos teve que aprender a empunhar uma arma desde cedo e agir em favor de seus seqüestradores, tornando-se uma soldada servindo particularmente um comandante que ainda a obrigava a manter relações sexuais. Sem economias sobre as vivências dos atos que são expostos de modo penoso pela câmera, o filme evoca algumas visões da garota que enxerga fantasmas – representações de sua crença, o que lhe garante o título de feiticeira. O filme garante a imortalidade do diretor canadense Kim Nguyen que deixa uma obra pesada e penosa, um registro sem frutos do que ocorre nas guerrilhas civis da África. É apenas um bom filme, suas indicações foram exageradas, exceto o prêmio de melhor atuação para Rachel Mwanza que faturou um Urso de Prata no Festival de Berlim. A menina e o horror refletido em seus olhos é o melhor que o longa oferece.

Direção: Kim Nguyen
Elenco: Rachel Mwanza, Serge Kanyinda e Alain Lino Mic Eli Bastien

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