quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Diário Cinéfilo: Minha Irmã (L'Enfant d'en Haut, 2012)



Há muitas questões complexas dentro do roteiro desse “Minha irmã”, questões que vão muito além da proposta do título brasileiro, proposto como referência a relação estabelecida que acompanhamos na história, no entanto é pequeno frente a outros embates bem mais importantes. A história vai além da relação entre irmão e irmã, como os personagens se consideram, ela trata de afeto e de valores familiares amoldados, interesses privados pela angústia da realidade, de um provável passado infeliz – que não temos acesso – até um futuro vislumbrado com igual pessimismo. Assistimos um garoto de 12 anos ir até uma estação de esqui diariamente, lá ele rouba equipamentos dos turistas e vende no conjunto habitacional onde mora, ganhando algum dinheiro para se sustentar e dar algo para sua companheira, Louise, bem mais velha que ele, que tem casos amorosos voluntários e se mostra incapaz de se manter algum emprego. Mutáveis, se mantém próximos por necessidade. E por paixão. Algumas eventualidades causam desconfiança no público. A relação vista soa paternal, é ele quem cuida dela. Há também uma aproximação íntima, já que o menino, em certo momento, paga pela atenção da mulher, aparentemente como única forma de manter algum contato, de tocar.  Dependências afetivas e financeiras são tratadas com leveza neste projeto da diretora Ursula Meier. Também tem Léa Seydoux vivendo Louise, o que já merece uma espiada.

Direção: Ursula Meier
Elenco: Léa Seydoux, Kacey Mottet Klein, Martin Compston e Gillian Anderson


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