segunda-feira, 1 de julho de 2013

Proseando sobre... Guerra Mundial Z



 Seguindo a safra de obras baseadas no tema zumbi, “Guerra Mundial Z” chega com uma tentativa de nova abordagem, trazendo mortos vivos bastante ágeis, tal como já vistos em alguns filmes. Longe da pretensão de alterar a história dos caminhantes lentos em decomposição a procura de cérebro, o cineasta Marc Forster brinca com sua temática constituindo um bom longa de ação com momentos de tensão que praticamente obriga o espectador ficar imutável frente a algumas cenas. Adianto que não dá para cravar a obra como uma das mais relevantes do tema. É um filme de ocasião, que bebe bem do sucesso contemporâneo assumindo um plot que funciona como lição moral bastante romantizada, ainda mais quando se resolve lá nos seus quase 120 minutos. Esse finalmente divide o público com a mensagem de cartilha. Alguns irão idolatrar, saindo do cinema inspirados com o discurso poético de sobrevivência da espécie, outros ficarão frustrados pelo acumulo de clichês mesquinhos.

Seu início é promissor, vai direto ao ponto em 5 minutos. Falta tempo para desenvolver a história e seus personagens num primeiro instante, algo que fará muita gente estranhar. Teremos acesso a esses personagens, especialmente – e quase que exclusivamente – ao protagonista Gerry. Diálogos iniciais deixam questões no ar. Essas serão respondidas calmamente no meio do caos dos minutos posteriores. No trânsito, tal como visto no trailer de divulgação, explosões e muita correria. Pessoas estão saltando e mordendo umas as outras. O desespero toma conta em todos os países e a vida terrestre despenca assustadoramente. Nem o presidente dos Estados Unidos sobrevive. Não se trata de um filme cujos heróis estão no continente norte americano, muito embora seu personagem central seja de lá. Por sua vez, este é legitimado pela ONU. E a estrela é o astro Brad Pitt.

Seguro no papel, o astro hollywoodiano tem de defender sua família. Logo tem que defender o mundo. Não faz isso voluntariamente, mas como obrigação, já que os poucos sobreviventes estão reunidos e aqueles que são considerados inúteis em situação de guerra logo são descartados pelo bem dos que consideram merecer a sobrevivência. A escassez de mantimentos é grande. Tal como num treinamento, somos levados a pensar quem deveria ou merecia ser poupado, já que homens, mulheres, crianças, idosos, enfermos estão reunidos em um só local que não comporta todo mundo. Nesse lugar está a esposa e as filhas de Gerry que sobreviveram ao infortúnio em Newark. Juntamente a eles, um garotinho filho de imigrantes, algo inserido em uma das cenas mais sensíveis do longa, enquanto simbologia da união entre os povos, questão fundamental em benefício da sobrevivência mundial.


Assistimos boas cenas de ação combinadas a impressionantes efeitos. O triângulo formado por zumbis atrás do muro de Jerusalém é uma das cenas mais marcantes do longa e provavelmente do gênero. A sacada final, observável ao longo da narrativa, é bem pontuada. Não há qualquer objeção técnica de filmagem. Perde pontos unicamente por ser lançado em tal época cujo valor comercial parece mais relevante do que seu valor cinematográfico, já que estamos quase que exauridos de referências a zumbis. A série de clichês, algo inevitável – é verdade – tira a força do filme, subjugando-o ao visual. Estamos concernentes demais com o cinema de entretenimento. Ao menos esse é um exemplar que cumpre bem o papel de divertir.    



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